O GPP, em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), realizou no último dia 5 de setembro, em formato virtual, reunião conjunta dos Comitês Diretivo e Técnico do Projeto TEEB Agrifood no Brasil. O encontro teve por objetivo apresentar e debater os resultados do estudo "Impactos da recuperação de pastagens degradadas no Brasil - Plano ABC+ 2030" e coletar recomendações das instituições participantes.
A reunião contou com a participação de cerca de 30 pesquisadores e representantes de diversas instituições, como Embrapa, SEDEC/MT, iCS, UFRRJ, UNEP, Cebrap/UFABC, Regrow, Consórcio Amazônia e CNA.
Para Marcela Araujo, pesquisadora do GPP, as reuniões dos comitês foram muito importantes para a execução do projeto desenvolvido conjuntamente em pouco mais de um ano. “É um momento de agradecer a todos os envolvidos, à equipe do GPP e aos especialistas que deram suporte aos diferentes modelos utilizados. Agora podemos socializar os resultados obtidos no estudo e coletar as observações do grupo. Com isso, um documento será consolidado e entregue ao MAPA com as recomendações servindo de apoio na execução do Plano ABC+. Posteriormente, em 23 de novembro, vamos divulgar os resultados consolidados em um evento a ser realizado em Brasília, quando o estudo será lançado publicamente.”
O coordenador de Gestão e Inteligência em Sustentabilidade do MAPA, Rodrigo Moreira Dantas, ressaltou que o Ministério da Agricultura vem acompanhando a realização do estudo e dialogando com vários pesquisadores. “Temos um trabalho junto aos grupos gestores do Plano ABC+ nos estados, que é uma estratégia que vem sendo realizada desde o primeiro ciclo do Plano, entre 2010 e 2020. Isso fez com que hoje chegássemos a 18 planos estaduais, já do segundo ciclo, elaborados e em execução. O que significa, portanto, o Plano ABC+ acontecendo na prática, enquanto uma ferramenta fundamental para o desafio imenso que é implementar as tecnologias do ABC nos 73 milhões de hectares previstos.”
Como o estudo “Impactos da recuperação de pastagens degradadas no Brasil - Plano ABC+ 2030” é constituído por diversas camadas, a apresentação dos resultados para os dois cenários investigados - RDP nos moldes convencionais e RDP com iLP - foi subdividida em duas dimensões. O professor e pesquisador do GPP Joaquim Bento de Souza Ferreira Filho, que coordenou a modelagem econômica do estudo, detalhou os resultados da dimensão socioeconômica em termos de produtividade, PIB, balança comercial (em especial para as exportações agropecuárias), produção de alimentos, renda das famílias, acesso a alimentos (preço e quantidade de alimentos que chegam na mesas das famílias), além de olhar para o mercado de trabalho, destacando as mudanças dos salários das diferentes classes de trabalhadores. Na dimensão ambiental, o professor detalhou os resultados em relação às emissões de gases de efeito estufa e em que medida a política de RPD pode contribuir na mitigação dessas emissões.
Dando continuidade à dimensão ambiental, o pesquisador do GPP Pietro Gragnolati Fernandes, abordou os principais pontos em relação à modelagem espacial do estudo. Esses resultados apontam para as mudanças no uso da terra, permitindo indicar onde há pressão, com aumento ou redução de desmatamento, além de identificar outros usos a partir da aplicação da política de RPD, liberando ou não áreas para a agricultura. Resultados relacionados à erosão do solo também foram apresentados neste bloco, possibilitando a análise da política de RPD na efetividade de serviços ecossistêmicos evitando a erosão do solo. O pesquisador do GPP João Gabriel Ribeiro Giovanelli deu sequência à dimensão ambiental, reportando os impactos da política de RPD sobre a paisagem, especialmente sobre a manutenção de habitats.
Após o bloco de debates, os participantes reuniram-se para coletar recomendações para tomadores de decisões nos diferentes entes federativos e instituições públicas envolvidas na implementação do Plano ABC+ no Brasil. Os registros, em especial das recomendações, irão compor o relatório final do estudo e serão disponibilizados em canais de acesso público até novembro de 2023.
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