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Entendendo a importância da pecuária brasileira e os dilemas da intensificação

Atualizado: 22 de mar.


O GPP apresenta uma análise da importância da pecuária para a Agricultura Familiar (AF) e médios produtores brasileiros, bem como traz à tona uma discussão sobre os dilemas da intensificação desta atividade. As análises fazem parte de estudo desenvolvido no âmbito do Projeto de Cooperação Técnica Internacional para a Regionalização das Políticas de Desenvolvimento do Agronegócio e do Cooperativismo Brasileiros (PCT BRA/IICA/13/002), sob demanda da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo (SAF) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), tendo a FEALQ como Agência Implementadora e o Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) como contratante.

O estudo mostra que entre 2006 e 2017 (datas dos dois últimos Censos Agropecuários), a produção vegetal da AF decresceu 21% enquanto a produção animal saltou 70%, e que a perda de participação relativa na agricultura de culturas anuais (principalmente grãos), concomitante a uma resiliência na produção animal em pequenas e médias propriedades são tendências, especialmente nas cadeias do leite e de produção integradas às indústrias de carnes de frango e suínos. Estima também que 1,3 milhões de estabelecimentos, entre AFs e médios produtores, tenham a pecuária como principal atividade econômica e que em 80% dos municípios brasileiros a pastagem é o principal uso da terra para este público, mostrando a capilaridade espacial e social desta cadeia.

À luz da relevância da atividade, as análises trazem um contraponto sobre a intensificação da pecuária, mostrando as contradições intrínsecas ao argumento de que a intensificação, por resultar em maior produção por unidade de área, tem o efeito de “poupar terra” (ou “evitar desmatamento para abertura de novas áreas para agropecuária”), uma vez que, em muitos casos, a própria eficiência na produção por meio da intensificação pode tornar a atividade mais atrativa e lucrativa, levando a uma maior expansão de área com pecuária (o chamado “efeito rebote”).

É também apresentada uma perspectiva, ainda pouco explorada, sobre as diferentes funções predominantes que a atividade pecuária pode ter para o produtor: produção; reserva de valor; posse de terra; renda e segurança alimentar; cultural e ambiental (essas duas últimas sendo funções transversais). Esta perspectiva, mais funcional e menos produtivista, pretende contribuir para incrementar a compreensão sobre a heterogeneidade da pecuária brasileira, mostrando que são necessárias soluções diferentes para localidades diferentes.

Por fim, o texto apresenta um novo enfoque sobre a polêmica recentemente gerada a partir da comparação de dados de pastagem advindos de sensoriamento remoto (Mapbiomas) e do Censo Agropecuário, mostrando que há complementariedade entre as fontes de informação. O texto completo pode ser visto no arquivo disponível para download a seguir.



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